Em uma entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse que “liberar 100% sem negociação bilateral é o fim da picada”. Segundo ele, aviões são ativos móveis e empresas aéreas estrangeiras poderiam vir ao Brasil para aproveitar o momento de melhor demanda para cobrar altos preços.
Neves usou como exemplo de que empresas estrangeiras poderiam retirar suas aeronaves da África e alocar no Brasil para ganhar dinheiro em momentos de alta demanda. No entanto, quando muitas empresas vêm ao mercado em um momento de alta demanda, isso faz os preços caírem, pois a maior oferta ajuda a equilibrar o mercado e não prejudica os consumidores. O próprio exemplo usado pelo presidente da Azul justifica a necessidade de abrir o mercado aéreo brasileiro, que tem um dos preços de passagem aérea mais caros do mundo.
Coincidentemente, o discurso do presidente da Azul, que tenta proteger o oligopólio do setor, se asssemelhou muto com o do líder do PSOL, o deputado Ivan Valente (SP). Após a aprovação da medida provisória na câmara, o deputado pesolista declarou que a proposta de permitir até 100% das ações com direito a voto no setor aéreo nas mãos de estrangeiros “é indecente”. “Eu achei que não se teria tal ousadia de colocar escrito 100%”, disse