O PTgate – o esquema de contratação de “influenciadores digitais” para realizar propaganda eleitoral ilegal pró-PT – funciona desde julho, possuía contrato de prestação de serviços e foi utilizado inclusive para atacar o desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), João Pedro Gebran Neto.
Para os influenciadores especiais que assinaram contrato, o esquema previa um pagamento de R$ 2.500,00 por mês durante os meses de agosto e setembro (período eleitoral). A Fórmula Tecnologia – controlada pelo deputado federal do PT/MG e candidato ao Senado, Miguel Corrêa – atuava como contratante oficial, sendo representada no contrato pela segunda sócia da empresa, Lídia Corrêa Alves Martins, ligada ao Diretório Municipal do PT em Belo Horizonte/MG e ex-chefe de gabinete parlamentar da Câmara Municipal de BH. Lídia também doou R$ 8.700,00 para a campanha do seu sócio, o deputado federal Miguel Corrêa, nas eleições de 2014.
O contrato prevê sigilo em todos os aspectos da contratação pelo prazo de 24 meses (2 anos) após o encerramento do esquema. O prazo é suficiente para garantir a prescrição de um eventual crime eleitoral.
O esquema foi utilizado para atacar o desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), João Pedro Gebran Neto, após a Veja publicar uma nota (sem fonte declarada da “informação”), no último dia 11 de agosto, afirmando que ele havia “admitido a amigos que ignorou a letra fria da lei ao dar decisão contrária à soltura de Lula”. Um briefing no aplicativo “O Brasil Feliz de Novo” mandava os influenciadores divulgarem a informação, inserindo um link da Veja e outro da Revista Fórum.
Outro briefing, do dia 13 de agosto, mandava os influenciadores contratados atacarem “o governo e/ou a direita”.