Após regularizar o “serviço de transporte por aplicativos” com operação liderada pela empresa Uber, a prefeitura de São Paulo nos mostra, mais uma vez, como funciona o mecanismo de criação de monopólios. O prefeito Fernando Haddad (PT) já começou a avaliar a documentação de três empresas do ramo e irá marcar uma data para realização de um leilão para a venda dos créditos que liberam essas empresas para trabalhar.
O prefeito e a câmara dos vereadores confirmaram que o estado, neste caso na esfera municipal, criou dificuldades para vender facilidades. Qualquer usuário frequente do serviço Uber poderá constatar, ao conversar com o motorista, que a maior parte dos profissionais conduzem o veículo a menos de 6 meses ou por encerramento da empresa ou por terem sido demitidos dos antigos empregos, nas mais diversas atividades. Para o estado, dispor de um bem, uma propriedade sua para prestar um serviço (com qualidade) e ser remunerado por isso, é um “crime”. Até obter a autorização da prefeitura, mediante pagamento.
“Vamos definir uma data. As empresas que se credenciarem até essa data, a gente vai soltar os créditos em um mesmo dia. Uma empresa pode levar tudo. É preço”, disse o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Isto abre margem para boas negociações e vantagem para quem “regulariza” esta prestação de serviço, não?