Em mais um exemplo de como a Lei Rouanet foi “bem utilizada” nos últimos anos, as edições 2013 e 2015 do Rock in Rio custaram aos pagadores de impostos brasileiros R$ 13,69 milhões. Foram R$ 9,65 milhões destinados à edição 2013 do evento e R$ 4,04 milhões destinados à edição 2015. Com a má repercussão gerada pelo uso da Lei Rouanet nos eventos anteriores, a edição 2017 optou por não captar recursos por meio da lei e está sendo realizada normalmente.
Merece destaque o fato de que, em ambas as edições, o principal patrocinador foi a estatal Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, popularmente conhecida como “Correios”. Em 2013, a estatal foi responsável por R$ 3 milhões dos R$ 9,65 milhões captados pelo festival (31%); em 2015, outros R$ 2,04 milhões (51% do total) foram destinados pela estatal ao evento.
A Lei Rouanet permite que empresas destinem o dinheiro dos pagadores de impostos – aqueles que efetivamente pagaram pelos produtos e serviços – para projetos escolhidos a dedo pelo governo. De acordo com dados do Ministério da Cultura, mais de 14 bilhões de reais dos pagadores de impostos foram destinados aos projetos escolhidos pelo governo desde que a lei foi criada.