No ano em que completa 25 anos, a “ONG” Afroreggae possui uma dívida de R$ 7 milhões e não paga seus 44 funcionários há oito meses, de acordo com informações d’O Dia. Para o fundador do grupo, José Junior, a culpa é da falência econômica estatal que também afeta o terceiro setor. “Não é apenas o Afroreggae que está em crise. Diversos grupos e ONGs passam pela mesma situação”, declarou.
Desde 2014, a instituição vem sofrendo cortes e abandono de patrocinadores como a estatal Petrobras. Naquele ano, José Junior coordenou a campanha para a juventude do candidato presidencial Aécio Neves (PSDB/MG). José também é próximo de outros políticos como Jean Wyllys (PSOL/RJ) e Marcelo Freixo (PSOL/RJ).
Em entrevista realizada em 2012, o coordenador do Afroreggae declarou ser amigo e defensor de Elias Maluco (traficante e assassino do jornalista Tim Lopes), ter uma Land Rover Freelander 2 (então avaliada em R$ 140 mil e comprada pela ONG), possuir livre acesso a grifes como Reserva, Osklen Adidas Originals e Evoke e receber convites para viajar ao exterior em classe executiva. Naquele momento, o Afroreggae arrecadava R$ 20 milhões por ano e tinha mais de 300 funcionários.
Em 2017, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu o bloqueio de bens de José Junior e outros quatro integrantes do Afroreggae por improbidade administrativa. A ação aponta irregularidades em um convênio de R$ 2 milhões firmado em 2009 entre a “ONG” e a secretaria estadual de Educação durante o governo Sérgio Cabral (PMDB/RJ).
Cabe lembrar que o termo ONG (Organização Não-Governamental) teoricamente também significa organizações sem financiamento do governo, o que não ocorre com diversas entidades militantes do terceiro setor brasileiro.