Quando alguém diz que um serviço prestado pelo estado não pode ser cobrado de seus usuários porque “seria cobrar duas vezes”, no fundo, está defendendo o mesmo argumento socialista de que tudo tem que ser “público, gratuito e de qualidade”.
Uma pós-graduação lato sensu (como um MBA ou mestrado profissional) que seja paga ajuda a universidade a depender menos do dinheiro dos pagadores de impostos e mais da iniciativa privada, afinal, se não houver demanda pelos cursos, ninguém pagará por eles.
É fácil enxergar isso quando você usa a mesma lógica para outros serviços estatais. Se a polícia federal deixasse de cobrar pelo passaporte, os Detrans deixassem de cobrar pela carteira de motorista e as companhias de energia elétrica e abastecimento de água (que são estatais ou concessões feitas pelo estado) deixassem de cobrar a conta, o que você acha que aconteceria?
Ou então imagine que o Banco do Brasil não cobrasse juros por ser estatal, ou que o Sedex dos Correios fosse “gratuito” porque é estatal. O resultado seria ainda mais impostos cobrados de todos, ao invés de taxas cobradas apenas daqueles que usam os serviços. Não existe almoço grátis.
Elas seriam privatizadas (numa lógica quase marxista de que “precisamos ampliar o estado para reduzir o estado”) ou o estado cobraria ainda mais impostos dos demais – majoritariamente pobres – para custear os serviços?
Ser contra a cobrança de serviços, mesmo que sejam estatais, é estar ao lado do PSOL, PT, PCdoB, PDT e similares gritando pela socialização dos custos com milhões de pobres.
Os liberais preferem estar ao lado da liberdade.
PS: Cabe lembrar que a Constituição proíbe que todas as universidades sejam privatizadas porque educação é um “direito”. Se nem uma PEC pra aprovar a mera cobrança de cursos lato sensu foi aprovada, que dirá aprovar uma PEC (ou pior, uma nova Assembleia Constituinte) que retire esse “direito” da Constituição.