A privatização dos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) está suspensa. A ideia chegou a ser defendida pelo presidente interino, Michel Temer, no mês passado, em entrevista à Folha, mas técnicos do governo acabaram convencendo o Palácio do Planalto a não dar prosseguimento à ideia.
A equipe econômica defende a privatização dos aeroportos responsáveis pela ponte aérea Rio-São Paulo para engordar o caixa e reduzir o rombo das contas públicas.
Segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, estudos foram apresentados mostrando que a Infraero só tem sustentabilidade com a manutenção desses dois aeroportos em sua rede. Ou seja, a estatal quer usar o dinheiro dos dois aeroportos para cobrir os prejuízos dos demais.
“Se tirar Santos Dumont e Congonhas, vai levar o sistema a um colapso”, afirmou o ministro, lembrando que a estatal é responsável pela administração de outros 63 aeroportos espalhados no país.
Para que a Infraero pare de dar prejuízo, é necessário ainda dar continuidade ao programa de demissão voluntária. Outro medida e fazer com que os futuros administradores dos aeroportos que serão privatizados (Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza) paguem pela demissão dos funcionários que não serão aproveitados, o que não ocorreu nas concessões anteriores.
Essas medidas permitiriam à estatal voltar a operar no azul em 2017, mas com uma baixa margem de lucro. A venda de aeroportos rentáveis com outros menos lucrativos ainda é visto por alguns integrantes do governo como a melhor saída para as finanças da estatal. Mas integrantes do Ministério dos Transportes defendem a venda de ações da Infraero.