A Vila Olímpica, fonte de reclamações das delegações da Austrália, Estados Unidos, Holanda e Itália, custou cinco vezes mais do que o previsto. Orçada inicialmente em R$ 51 milhões, o conjunto de 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios com 3604 apartamentos de dois, três e quatro quartos, acabou custando R$ 255 milhões. A Vila Olímpica está sendo feita por um consórcio formado por Carvalho Hosken e Odebrecht – empreiteira ligada ao PT e envolvida na Lava Jato – financiados pelo banco estatal Caixa Econômica Federal.
Um dos porta-vozes da Vila Olímpica, Maurício Cruz, afirmou no começo do mês que a Vila possui um “conceito diferente das Olimpíadas anteriores”, “com apartamentos mais confortáveis, condomínio estruturado, perto da praia e da lagoa, para as delegações verem aquilo que é o Rio” e que, portanto, é “de alto padrão”, o que seria uma “grande surpresa para os atletas que já conhecem outras Vilas” por ser “muito superior em relação às outras, inclusive a de Londres”.
De acordo com as primeiras delegações que chegaram à Vila Olímpica, o local sofre com vazamentos, fiações expostas, ausência de objetos causada por furtos, curto circuitos e problemas com a água. A delegação australiana chegou a classificar o local como “inabitável” e em “estado de despreparo”.