Assisti a entrevista que você concedeu ao Antagonista.
Por todo o tempo, fiquei esperando ver algo que pudesse estimular o voto de pessoas comuns. Não vi.
No final, você fez questão de deixar claro que fará uma campanha à Presidência da República defendendo ideias, não atacando pessoas.
Muito bonitinho seu posicionamento, mas gostaria de te lembrar algumas coisas.
Você está no Brasil.
Você quer ser descoberto pelo eleitorado de um país que está tentando sair da maior crise econômica e institucional de sua história. Uma crise provocada pela implantação de ideias que, em conjunto, têm nome: socialismo.
Você está no Brasil de Lula, Bolsonaro, Dilma, Temer, Guilherme Boulos, Aécio, Marina, Collor, FHC, Alckmin, Ciro Gomes, Sarney, Marcelo Freixo e Tiririca.
Você está no país de PT, PSDB, PMDB, MST, UNE, CUT e artistas da Globo.
Você está no país onde edifícios do governo são inaugurados com nomes de assassinos comunistas, onde a grande imprensa se nega a produzir matérias sobre as atrocidades cometidas por socialistas em outros países e a Câmara dos Deputados abre sessão solene para comemorar o centenário do golpe comunista na Rússia.
Você está no país onde a justiça se borra de medo de prender um ex-presidente condenado por corrupção simplesmente porque ele é de esquerda.
Paralelo a isso, temos um traste como Jair Bolsonaro em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, mesmo sem contar com apoio da imprensa e do meio cultural. Sabe por quê? Porque ele supre a carência das pessoas por um nome que seja, claramente, oposição a tudo o que citei acima. Porque essas pessoas não aguentam mais ver políticos evitando chamar as coisas pelos seus nomes ou tentando dar outros nomes às mesmas ideias de esquerda de sempre. Essas pessoas não aguentam mais vez políticos protegendo opositores. Não aguentam mais ver políticos com medo de dizer que o socialismo envenenou o Brasil.
Sinto muito, mas, hoje, você não se distingue do político comum. Suas ideias, as quais compartilho, são muito boas, mas… não têm a menor importância no pleito eleitoral de um país como o Brasil.
É preciso aprender certas coisas.
Lula já disse que nem fatos, nem ideias, importam. Um político ou um governo pode fazer o que for, para o bem ou para o mal, que o que prevalecerá será o discurso político. É isto que as pessoas comuns levam para casa e comentam com outras pessoas.
Você, João Amoêdo, pode defender as melhores ideias, mas onde está seu discurso político? Você se propõe a combater o quê? Quem?
O cidadão comum escuta “boas ideias” desde sempre. O que ele não escuta é que os atuais problemas brasileiros são resultado de uma ideologia de gente rica e hipócrita. O cidadão comum quer votar em quem se prontifique a matar o “capeta”, não em quem promete resolver os problemas causados por ele.
Não existe almoço grátis, mas vai de graça minha dica do que você deveria falar para as pessoas:
“Estou aqui para acabar com o socialismo no Brasil porque o socialismo só gera desgraças onde se instala. O socialismo matou mais de 100 milhões de pessoas no último século. O socialismo está fazendo 90% da população da Venezuela passar fome. A atual crise econômica foi causada pelo socialismo. Pessoas como Lula e Alckmin – e partidos como PT, PSOL e PSDB – representam o socialismo no Brasil. Até o Bolsonaro, que se diz de direita, defende ideias socialistas na economia. Chega disso! Chega de socialismo! Chega de ver o governo dando dinheiro dos pagadores de impostos para grandes empresas, artistas ricos e movimentos que bloqueiam estradas e depredam cidades. Chega de ver o governo protegendo bandidos e criminalizando quem trabalha honestamente. Não dá mais para sustentar um monte de estatais, ministérios e repartições que só servem para empregar militantes dos partidos. Chega dessa política que trata pretos, pardos e pobres como pessoas fracas e incapazes de cuidar de suas vidas. Ninguém aguenta mais tanta burocracia e corrupção. Não podemos mais tolerar a erotização de nossas crianças que esses grupos de esquerda estimulam. Tudo isso é socialismo. Chega! As pessoas precisam ter mais liberdade e segurança para trabalhar e cuidar dos filhos. Eu proponho reduzir os impostos e o tamanho do estado porque isso significa mais dinheiro no bolso das pessoas trabalhadoras e nenhum centavo no bolso de parasitas socialistas. É preciso parar com a mentira de que o estado resolve problemas. O estado é o problema. Ele não tem como dar tudo a todos. Ele não tem como saber o que cada indivíduo precisa e merece. O governo só deixa a vida das pessoas mais cara, complicada e perigosa. Eu quero menos governo e mais liberdade. Os socialistas que estão concorrendo comigo nessas eleições querem mais governo e mais controle sobre a sua vida”.
É assim mesmo, repetindo a palavra “socialismo” mil vezes, que você irá se destacar, fazer pessoas comuns falarem sobre você com vizinhos, colegas e amigos.
É urgente fazer o povo correlacionar PT, PSOL e PSDB com o socialismo, e o socialismo com a fome na Venezuela. É urgente dizer a verdade.
João, você não está entrando num debate acadêmico. Você está entrando na política. Não dá para querer lutar de quimono. É luta de rua. No chão. Dedo nos olhos e chute nos joelhos. Não há lugar para elegância. Ou você bate ou apanha. O povo quer ver alguém batendo muito nas pessoas e ideias que afundaram o Brasil.
Por ser uma pessoa comum que está na rua todos os dias e vai à feira três vezes por semana, afirmo com segurança que a grande maioria dos eleitores dos outros candidatos votariam em você se te vissem se comportando, de fato, como um opositor da esquerda. O povo quer um Presidente da República que repudie clara e firmemente tudo o que estiver relacionado ao socialismo. O povo não quer um presidente liberal ou conservador. O povo quer um presidente contra a esquerdopatia que impregnou o estado, a cultura e a imprensa.
Se você se continuar evitando ataques aos símbolos socialistas, será visto como alguém que não tem nada de “novo” a oferecer. Dr. Rey, se candidato, terá mais votos do que você. Mas, se quiser apenas difundir as ideias liberais, recomendo largar a política e escrever um livro.